Pessoas diferentes tem reações diferentes diante de um mesmo evento e isso tem relação de como nossos padrões cerebrais funcionam. Por isso treiná-lo pode literalmente mudar todo o nosso universo e a forma como interpretamos e vivemos nele.

A história do neurofeedback tem início com a descoberta da técnica de eletroencefalografia (EEG) por Hans Berger em 1924. Foi a partir desse momento que percebeu ser possível mensurar a atividade elétrica do cérebro. Outro movimento muito importante foi o desenvolvimento do behaviorismo clássico, principalmente nas figuras de Pavlov e Skinner, dois dos grandes responsáveis pelo paradigma do condicionamento operante.

Anos depois, em 1968, Barry Sterman, psicólogo/pesquisador da UCLA, coordenou um experimento no qual foram medidos os EEGs em tempo real de diversos gatos. O objetivo de Sterman era condicionar uma resposta por meio de um reforço dado na forma de comida sempre que os gatos atingissem um determinado padrão de funcionamento elétrico do cérebro, caracterizado pelo aumento da atividade SMR. Sterman percebeu que era possível modular a atividade elétrica cerebral, com os reforços corretos, fazendo com que os gatos fossem capazes de aumentar a sua atividade SMR em um processo de condicionamento operante.

O nosso tratamento é feito por meio de sensores que captam sinais elétricos provenientes dos neurônios, sendo decodificados e processados por um software personalizado. Com isso, o funcionamento do cérebro pode ser acompanhado em tempo real pela tela de um computador. A partir de então, o cérebro começa aprender, por erros e tentativas, a agir e reagir de forma diferente.

O tratamento com Neurofeedback é totalmente natural, não invasivo e sem contraindicações. Até o momento – e já estamos há muitos e muitos anos utilizando este protocolo com grande sucesso – nunca houve qualquer menção sobre efeitos colaterais.

Este treinamento demanda dedicação e disciplina por ser um protocolo bem intenso. Não é possível fazer uma definição prévia sobre a quantidade de sessões para o treinamento, pois varia muito de pessoa para pessoa e da gravidade do caso. O mínimo recomendável são entre 30 a 40 sessões. Entretanto é um tratamento que garante efeitos duradouros. A duração de cada sessão é em torno de 50 minutos. O ideal é que a periodicidade seja de uma a três vezes por semana, mas o tempo de tratamento tende a variar de acordo com cada paciente.

Uma grande vantagem do Neurofeedback é que, por ele não ser um medicamento, consequentemente não tem risco de dependência química que é um importante receio do paciente e seus familiares. O Neurofeedback possui inúmeras vantagens por ser indolor, não invasivo, lúdico e interativo.